segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

A criação




"No princípio, Deus criou os céus e a terra [...] Deus disse: 'Faça-se a luz!' [...] 'Faça-se um firmamento entre as águas, e separe ele umas das outras' [...] 'Produza a terra plantas, ervas que contenham semente e árvores frutíferas que deem fruto segundo a sua espécie e o fruto contenha a sua semente' [...] 'Pululem as águas de uma multidão de seres vivos, e voem aves sobre a terra, debaixo do firmamento dos céus' [...] 'Produza a terra seres vivos segundo a sua espécie: animais domésticos, répteis e animais selvagens, segundo a sua espécie' [...] 'Façamos o homem à nossa imagem e semelhança."


E assim, o homem criou a sociedade, a filosofia, a economia, a guerra, a paz, a ONU, o dinheiro, a política, o Twitter, o Facebook... e as pessoas com as quais convive! E os deuses nos quais acreditam!

Vamos por parte.

De maneira hierárquica, vamos falar de Deus, ou dos deuses (ô glória!). Criadores ou criaturas? Pais da ordem ou destruidores cruéis?

Há quem acredite que há um só Deus, outros em vários. Deixando as questões culturais de lado, é fato que cada ser tem a sua ideia sobre Deus (ou deuses). Pra uns, misericórdia; pra outros, justiça; pra alguns, honestidade; pra muitos, uma forma de ganhar dinheiro (sem referências a ninguém, ok?!). Sendo assim, penso que o homem é deus do seu próprio deus, criador do seu próprio criador! (E que as correntes tradicionalistas, moralistas e religiosas não leiam esse post, ha ha ha...).
E será essa a verdade? Ainda não possuo a capacidade para responder meu próprio questionamento, mas irei refletir sobre.
O que é fato é que desde que o homem é homem, vindo de onde quer que seja, acredita-se em entidades supremas, controladoras da ordem e do caos, dos fenômenos da natureza, causa da fertilidade dos campos, das mortes inexplicáveis, das tempestades avassaladoras e das doenças que assolam os seres. Ora em congresso, ora sozinhos, dependendo do grau de imaginação e sujeição de cada povo. Não se sabe se é por preguiça de raciocínio ou por pura conveniência. Feitos por encomenda, para explicar o inexplicável (até então), fazendo com que os reles mortais deixassem de pensar e passassem a acreditar em certas insanidades. Daí surgem os mitos. E dos mitos, religiões. E delas hierarquias, poder, empregos, guerras. E solidariedade (sim!), para aqueles que fazem dela um canal de emancipação humana.
Bem, ficarei aqui refletindo aquela pergunta e dando fim, por hora, a este assunto.

Sobre a criação humana, há algo mais confuso.
Quanto à capacidade de criar inventos, músicas, pinturas, esculturas, obras arquitetônicas, tudo bem. Muito fácil de responder. Criatividade. Esse é o nome para esses fenômenos.
Mas essa criatividade vai bem mais além quando o homem passar a criar redes, ligações, vínculos, laços com outros de sua espécie. Pois é a partir daí que o homem começa a criar tudo isso que está a nossa volta... e cria mais... Cria sonhos, dúvidas e, sobretudo, inventa pessoas, pois cria expectativas sobre os comuns.
Tendo em vista tudo isso, pode-se dizer que o homem cria o mundo? É o homem um deus, que cria seu deus e as pessoa com as quais se relaciona?

Fico por aqui com essas perguntas latentes...

3 comentários:

  1. Boa reflexão cara.

    A discussão sobre "de onde viemos?" é tão antiga quanto a própria humanidade e até hoje não há respostas concretas. Provavelmente eu e você iremos morrer sem fazer idéia da resposta certa, mas só de termos feito o esforço de pensar sobre isso já contribuimos para que um dia alguém faça a descoberta. Portanto, deixemos que Deus continue se escondendo da gente nas suas travessuras.

    Abs!

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  2. E quem disse que quero respostas concretas... só quero respostas... sejam elas quais forem... Toda discussão é valida!

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  3. E assim nasce um grande pensador, perguntas latentes que muitas pessoas não gostam de pensar sobre, com medo de descobrir que a verdade é algo muito complexo, com medo de descobrir que segue sua própria criação. QUem sabe um dia teremos respostas pra essas perguntas!!

    Abraço

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